A nova rede irá duplicar a capacidade de drenagem de águas pluviais na capital; veja como funciona o sistema atual e como será a modernização da drenagem na região central do Plano Piloto
Será o fim dos alagamentos no Plano Piloto?
A nova rede de drenagem dobrará a capacidade de escoamento das águas pluviais em Brasília. Entenda como funciona o sistema atual e as melhorias planejadas para a região central do Plano Piloto.
Pensar no futuro sem deixar de lado o passado. Essa é a proposta do Drenar DF, o maior programa de captação e escoamento de águas pluviais do Governo do Distrito Federal (GDF). Com um investimento de R$ 180 milhões, o projeto utiliza a rede antiga para duplicar a capacidade do sistema de drenagem da capital. Atualmente, a rede em operação permite que a água da chuva escoe pelas ruas e calçadas, caindo em bocas de lobo e passando pelos bueiros, até desembocar diretamente no Lago Paranoá.
Sem etapas para barrar o lixo acumulado na cidade, as galerias podem entupir, resultando em enchentes e alagamentos. Além disso, parte do lixo captado pela rede acaba no lago, causando prejuízos ambientais.
“A sobrecarga do sistema atual é descarregada na rede do Drenar DF, tudo isso para que não ocorram mais alagamentos, enchentes e enxurradas nas quadras iniciais da Asa Norte”, afirma Hamilton Lourenço Filho, diretor técnico da Terracap.
Nova estrutura permitirá a operação simultânea das redes, com intervenções em sete pontos estratégicos | Foto:
Hamilton Lourenço Filho, explica que o sistema foi dimensionado na época da construção de Brasília, nos anos 1960. Com isso, a rede existente acaba sofrendo sobrecarga, tornando necessária a construção de um novo sistema como o do Drenar DF. Para aliviar essa sobrecarga, a nova estrutura interceptará a rede existente em sete pontos estratégicos, permitindo a operação simultânea das duas redes.
“A rede antiga será mantida em operação”, afirma Hamilton. “Estamos aliviando o sistema atual com novas bocas de lobo. A sobrecarga do sistema atual será transferida para a rede do Drenar DF, evitando alagamentos, enchentes e enxurradas nas quadras iniciais da Asa Norte.” Segundo o diretor, 291 novas bocas de lobo serão instaladas nos cinco lotes do Drenar DF, das quais 235 já foram finalizadas.
Separação de lixo e resíduos sólidos
Para que a água da chuva chegue ao Lago Paranoá sem causar danos ambientais, foi construída uma bacia de detenção, que reduz a pressão da água e o índice de sujeira através do processo de decantação. A capacidade de armazenamento do reservatório do Drenar DF é de 96 mil m³.
O reservatório do Drenar DF, localizado no Parque Urbano Internacional da Paz, no Setor de Embaixadas Norte, ocupa um terreno de 37 mil m², equivalente a quatro campos de futebol. Além disso, o volume 96 mil m³ de água que o tanque pode reter é o suficiente para abastecer 40 piscinas olímpicas.
A bacia ajudará a manter a qualidade e balneabilidade do lago, atualmente adequada em 95% de sua extensão. A estrutura do reservatório reterá resíduos sólidos, atuando como uma barreira contra a poluição. Além disso, o tanque contribuirá para a redução do assoreamento, preservando o equilíbrio ambiental do Lago Paranoá.
Fim de alagamentos e enchentes
O Drenar DF, dividido em cinco lotes e executado pela Terracap, possui uma rede de tubulação que começa na altura da Arena BRB (Estádio Nacional Mané Garrincha) e vai até o Lago Paranoá. A tubulação segue em paralelo às quadras 902 (próximo ao Colégio Militar), 702, 302, 102, 202 e 402, cruzando a W3 Norte, o Eixo Rodoviário Norte (Eixão), a via L2 Norte e chegando à L4 Norte.